Famílias que passaram por perda na gestação se unem para dar novo significado à dor do luto em Fortaleza

Dia internacional da Conscientização sobre a Perda Gestacional é celebrado neste sábado (15). Em Fortaleza, grupo se reúne em momento simbólico neste sábado para sensibilizar a sociedade a respeito do tema.

A intenção de ser mãe pairou sobre a vida da assistente social Juliana Monteiro, 38 anos, desde 2010. Naquele ano, ela se casou com o marido, passando a nutrir a vontade de cuidar dos próprios filhos. Onze anos depois, em abril de 2021, ela conseguiu realizar o desejo de abrigar Maria Luz em seu ventre, mas, após 20 semanas, outra data seria marcante: ela passaria por uma perda gestacional.

“Ela veio, ela nasceu, senti cortarem o cordão, ouvi pesarem ela, mas não vivi aqueles processos que são importantes, que é ver, se despedir, sepultar, rituais importantes pra gente viver esse luto. Eu não tive isso e até hoje não me perdoo, gostaria de ter lutado mais pra ter tido essa despedida com ela.”

A tristeza vivida por Juliana em julho de 2021, porém, não se restringe a ela. Neste sábado (15), mães e pais que passaram por uma situação de perda gestacional se reúnem na Praça Luiza Távora, na Aldeota, em Fortaleza, às 19h, para validar o luto pelas crianças que não resistiram e para sensibilizar a sociedade a respeito do tema.

Famílias que passaram pela situação formam um grupo de apoio em Fortaleza chamado “Da dor ao amor”. A ideia nasceu com Beatriz, a primeira filha do analista de comunicação e músico Lucas Ramalho, 34 anos. Ele e a mulher, a fonoaudióloga Tatiana Viana, perderam a pequena às 40 semanas de gestação — nove meses — em março de 2019.

Durante a gestação, definida por ele como “bem tranquila e bem acompanhada em todos os momentos”, o casal passou por um caminho comum a diversos novos pais. Ambos passaram por grupos de gestação e gestantes, fizeram workshops e até participaram de oficinas sobre o ato de cuidar. Após a perda, porém, o casal se viu “no limbo em relação a esse acolhimento”.

“Fomos pesquisar e vimos que não havia grupo em Fortaleza e no Ceará sobre isso”, lembrou o pai de Beatriz, que hoje já tem um segundo filho, Rodrigo, atualmente com um ano e nove meses. Assim, visualizaram grupos de outros locais do país e criaram o “Da Dor ao Amor”.

Partilha e apoio

Atualmente, o grupo reúne mais de 65 pessoas que trocam experiências e suporte em um grupo de WhatsApp, além de ter uma página própria no Instagram, com conteúdos específicos. O grupo ainda promove rodas de partilha mensalmente, as quais tiveram de contar com o suporte da web durante a fase mais pesada da pandemia antes de entrar no modelo atual, híbrido.

“Há momentos de escuta e partilha ativa, onde as pessoas que querem podem dividir suas experiências. O grupo é terapêutico no sentido de ser uma espécie de terapia, mas não é psicoterapêutico, pois não somos psicólogos”, ressaltou, acrescentando que há profissionais da área no grupo, mas participando como pais e mães de anjos, como chamam os filhos perdidos.

Lucas Ramalho apontou que, no grupo, “nenhuma dor é igual a outra” — o que se aproxima é o sentimento de empatia, nutrido pelas experiências parecidas. O músico disse que, no espaço, vivências são compartilhadas e laços são promovidos, dado que, muitas vezes, falar sobre o tema com a família é difícil, pois a morte é tratada como tabu.

“É um luto mais invisivel ainda. Tem muitas pessoas que passam meses numa gestação e, depois que ocorre uma perda, é como se nada tivesse acontecido para outras pessoas. No momento mais importante da vida dessa pessoa, ela não tem espaço pra conversar com outras com quem tem intimidade, então o grupo funciona como esse espaço”.

Baseado nas trocas promovidas no grupo, o pai de Beatriz e Rodrigo destacou que um bom acolhimento “faz toda a diferença”, e que a dor de um acolhimento mal feito pode ser “muito negativa”. Sem saber até hoje o que ocorreu com a filha, ele apontou que uma melhor atenção por parte dos profissionais de saúde pode ajudar na diminuição da dor e até mesmo, eventualmente, numa não ocorrência do óbito.

Perdas seguidas

A assistente social Juliana Monteiro lembra bem do dia 2 de abril de 2021, quando descobriu que finalmente estava esperando um bebê, depois de várias negativas nos testes de gravidez. Ela e o marido começaram a fazer a preparação para a chegada da filha. No entanto, durante a ultrassonografia morfológica, o casal se deparou com uma alteração na translucência nucal. Os dois buscaram um obstetra, que pediu novo exame. O novo resultado, porém, igualou-se ao anterior.

Por meio de uma biópsia e de exame que chegou a ser enviado para São Paulo, veio a notícia que o coração da filha não batia mais. Com 22 semanas de gestação, ela buscou a emergência, onde realizou um parto normal. “Passei tudo o que uma mãe passa por um parto de filho vivo”, inclusive a contragosto.

“Fui levada pro centro cirúrgico e vi outras famílias entrando pra ver o nascimento dos seus filhos em festa”, relatou. A partir daquele dia, entrou em luto e ficou 15 dias afastada do trabalho.

Já de volta às atividades, ela se deparou com outra gravidez em janeiro de 2022. Contudo, por meio da ultrassonografia descobriu que o bebê tinha mesma alteração da irmã. O médico responsável fez o acolhimento de forma mais adequada, na perspectiva da mãe, e, com a explicação, Juliana decidiu percorrer um caminho diferente na gestação.

Assim, ela conversava com a criança, contava sobre o filho para outras pessoas, fez fotografias da barriga — como disse, “me permiti ser paparicada quando grávida normal”. “Fiz tudo o que não consegui viver na primeira gravidez”, contou, afirmando ter tido tal postura porque “era muito provável que ele também não fosse resistir”.

Às 27 semanas, em 13 de julho, o filho veio ao mundo também com o coração parado. A mãe, já com outra experiência do tipo em sua história, também agiu de forma diferente no parto: conversou com uma amiga e disse tudo o que queria, desde o descanso pós-parto em um quarto sem choro de crianças até o sepultamento do bebê.

Por ter resistido por mais tempo, Bento chegou a ser registrado e teve atestado de óbito, o que reservou à mãe o direito da licença maternidade.

“Inicialmente, fiquei pensando o que faria, que piraria, mas depois percebi o quanto esse tempo [licença maternidade] foi importante pra tentar ressignificar essas coisas, viver essa perda”.

Sonhos interrompidos

A analista de operações aeroportuárias Izabel Lima, 35 anos, desde sempre quis a maternidade — esta era “um sonho da vida”. Durante o casamento, ela tentou a gravidez por um tempo, até que a gestação veio naturalmente e de forma tranquila, pelo menos até sentir episódios frequentes de azia.

Daí, pensou que poderia haver algo errado, embora a médica assegurasse que estava “tudo bem”. Tempos depois, com 28 semanas de gestação, percebeu que o bebê não mexia mais. Ao ir à emergência, fez exames e confirmou que a parada se estendia ao coração do filho Samuel.

Com isso, Izabel entrou em trabalho de parto em 11 de agosto de 2020. Na ocasião, passou por um parto induzido por não querer se submeter à cesariana. Assim, realizou o procedimento e ficou recolhida por um mês, até voltar ao trabalho por decisão própria.

A rotina da analista após o parto seguiu com a normalidade do trabalho, mas passou a contar com outros problemas, como o início da separação. Em meio ao imbróglio com o então marido, outro acontecimento requereu a atenção da mãe: uma nova gravidez. Naquela vez, de gêmeos.

A nova gestação, vinda dois meses após o parto anterior, motivou Izabel a buscar um novo acompanhamento. Mesmo tendo indicação de uma amiga, ela se consultou e não se identificou com a profissional apontada. Assim, ela buscou um novo especialista para o pré-natal e seguiu com o acompanhamento, mas se deparou com um problema chamado incompetência cervical.

Conforme relatou, o problema ocorreu porque o colo do útero começou a abrir devido ao peso dos bebês, Isaac e Miguel. Além deste, o divórcio e a gestação precoce após a primeira também pesaram para o diagnóstico. Mesmo assim, o médico optou por não realizar uma cerclagem uterina, que, segundo Izabel, consistia em um ponto no colo do útero para segurar os filhos.

A escolha veio a ser definida pela mãe tempos depois como um “erro médico” — em 26 de fevereiro de 2021, o útero dela abriu, e os dois meninos foram perdidos. A opinião da mãe encontrou eco na da irmã dela, enfermeira orientada para neonatal, e na da médica que fez o exame do útero, já que ambas emitiram a indicação.

“Ele sabia disso porque o colo do útero estava abrindo e ele podia fazer a cerclagem pra eles nascerem, mas não foi feita a orientação correta”, relatou. “Ou seja, naquele momento, ele poderia ter salvado os gêmeos pra eles sobreviverem até quando fosse seguro pra nascerem”.

Após o episódio e a separação do ex-marido, Izabel iniciou processo de terapia para recuperação desses traumas. No entanto, mesmo com as sessões ocorrendo semanalmente, o processo de luto foi “Bem difícil”.

“Ainda assim eu gostaria de ser mãe, porém, com todo o trauma, tenho medo de passar novamente por um caso como esse, da perda de um bebê. Quando se passa por uma perda gestacional, fica um medo, até porque não sou mais casada e não tenho relacionamento. E com o tempo que passa, fica mais dificil ser mãe.”

Acompanhamento

As perdas gestacionais e neonatais atravessam o cotidiano de Socorro Leonácio, psicóloga hospitalar da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac), em Fortaleza. Há sete anos na instituição, a profissional exerce o ofício num “lugar bastante difícil” — antes de conversar com o g1, na tarde de quinta-feira (13), precisou atender a um óbito na condição perinatal.

“Lá [na Meac], a perda acontece na emergência, na sala de parto, em qualquer situação em que a mãe esteja internada. É um lugar bastante dificil, onde você vê um projeto parental de ter o bebê, de sonhar com o bebê, o futuro dele, e, no entanto, viver essa pressão que vem com o perder.”

Socorro Leonácio destacou que tal pressão não se esvai com a ida da criança, podendo provocar muitos impactos psicológicos. Isso porque nascer e morrer são os únicos fenômenos certos na existência da vida, e esta diz respeito justamente à distância entre esses eventos.

Antes do nascimento, há uma projeção de planos e desejos pelos pais, que supõem tais realizações na vida dos filhos. Com a perda perinatal, há um encurtamento desse processo — e esse luto parental chega até a ser subjugado por quem não o sente. Isso predispõe o chamado “luto não reconhecido”.

“A forma como as pessoas veem o luto parental é inclusive minimizada. Dizem: ‘próximo ano você tenta de novo’, ‘poderia ser pior porque você não se apegou’. São falas com cunho de muito peso. Quando você perde um parente, não dizem: ‘próximo ano você não tem outro pai’. Esse bebê precisa ser reconhecido”.

A profissional da Meac afirmou que, dessa forma, ocorre o que se chamou de “luto não reconhecido” no caso de perdas gestacionais e neonatais. Contudo, existe um movimento de organizações sociais e pessoas preocupadas a dar voz a famílias que sentem essa dor, como o grupo Da Dor ao Amor.

Luto estendido

Além de o luto necessitar dessa percepção, a sociedade costuma dissociar o pai da criança nesse processo, apontou a psicóloga. “Às vezes, se fala só pra mãe e se diminui o pai, sendo que o projeto parental era do casal, não só da mãe”, ressaltou.

Ainda segundo Socorro Leonácio, o luto não reconhecido, por não encontrar o apoio social, não dá espaço para a família vivenciá-lo e assimilá-lo. Em razão disso, casais — especialmente a mãe — ficam com traumas após as perdas, o que pode influenciar nas noções de maternidade e paternidade.

“Algumas pessoas que perdem têm até medo de engravidar de novo, de que vai sofrer de novo, de perder de novo. Às vezes fica uma superproteção, pois, de repente, pensam que pode ocorrer isso”, disse, apontando que essa percepção se dá, por exemplo, nos casos de “bebê arco-íris”, o filho ou a filha que vem após uma perda. “Há o temor de que ocorra o mesmo com o primeiro”.

Como se dão as perdas gestacionais

Perdas ocorridas durante gestações no Ceará nos últimos seis anos

AnoIgnoradoMenos de 22 semanas22 a 27 semanas28 a 31 semanas32 a 36 semanas37 a 41 semanas42 semanas ou maisSem informaçãoTotal
2017191372521883503377841.374
20181814226925038134410571.471
2019121462642473453053621.384
2020161532242293643420531.381
2021121512752043513121721.378
2022695161131217184136831

Fonte: Sesa/Sevig/Covep/Cevep/Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM)/GT Vigilância do Óbito. (O ano de 2022 ainda está em atualização e o de 2021 está sujeito a revisão)

As perdas gestacionais e neonatais ocorrem em cerca de 20% dos casos de gravidez e não necessariamente são causadas por uma condição específica.

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) apontou que a perda de um bebê pode ser definida por diversos termos, a depender de condições como tempo de gestação e peso do feto. Se o término da gravidez ocorrer com idade menor que 20 semanas ou feto pesando menos de 500 gramas (g), a interrupção é chamada de aborto espontâneo. Este pode ser denominado de três formas:

  • Aborto ovular: até 3ª semana de gestação;
  • Aborto embrionário: entre a 4ª e a 8ª semana;
  • Aborto fetal: entre a 9ª e a 20ª semana.

Já entre a 22ª e a 36ª semana, a perda é chamada de parto prematuro ou precoce de natimorto. Após esse período, se o bebê morre no útero da mãe, o que ocorre é uma perda gestacional tardia.

O médico ginecologista e obstetra Daniel Diógenes, também especialista em medicina reprodutiva, complementa que a perda neonatal é a que ocorre até os 60 dias após o nascimento da criança, e a perda infantil após esse período. “São três etapas diferentes e três épocas que se podem ter perdas que são dadas um diferente diagnóstico”, afirmou.

O especialista, porém, ressalta que a incidência do aborto ou da perda gestacional pode chegar a até cerca de 30% das gestações, podendo ser causadas por fatores como faixa etária, condições físicas e problemas de saúde da mãe, além de aspectos populacionais. Assim, uma população mais obesa ou com menor acesso à assistência básica de sáude, segundo ele, fica mais suscetível a riscos.

Em que pesem as possibilidades, as perdas gestacionais não encontram causa em apenas um problema. Além da falta de acesso à saúde básica, o médico listou que o problema pode se dar por doenças, intercorrências e infecções diversas durante a gestação, bem como causas genéticas — estas apontadas como principais causas de abortamento na gestação.

A variedade de condições que pode provocar a perda gestacional, inclusive, contribui para diagnósticos imprecisos. “Na grande maioria das vezes, não há uma causa identificável para as perdas gestacionais, mesmo as recorrentes”, explicou. Segundo o profissional, uma investigação com exames é demandada normalmente após uma terceira perda em sequência, quando a recorrência é definida.

Licenças

A advogada Adhara Camilo, especializada em direito trabalhista, apontou que famílias que sofrem perdas gestacionais podem se amparar em diversos mecanismos para garantir direitos. Entre eles, estão a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), instruções normativas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), atos de disposições constitucionais transitórias e, ainda, a própria Constituição Federal.

“[A legislação] vem nos dizer que aquela gestante que infelizmente dê luz a um natimorto, a partir da 23ª semana, que é aproximadamente o sexto mês da mulher, ela vai ter todos os direitos de uma gestação e de um parto normal, com vida”, frisou. Os direitos vão da licença maternidade de 120 dias, além da estabilidade no emprego, garantida desde a concepção até o quinto mês após o parto.

Os direitos garantidos aos pais também se mantêm, como a licença paternidade de cinco dias. A diferença ocorre no caso de perdas abaixo da 23ª de gestação: se o aborto for espontâneo, a mãe tem direito a duas semanas de repouso remunerado.

No momento, existem Projetos de Leis (PLs) em trâmite para assegurar direitos à mulher nessa situação. O PL 1640/2022, que tramita na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, na Câmara dos Deputados, busca assegurar a mulheres com perda gestacional direito à internação em ala separada de outras gestantes e atendimento por equipe multiprofissional com psicólogo antes, durante e após a expulsão espontânea ou assistida do feto.

Já no Ceará, o PL 245/2022, em trâmite na Assembleia Legislativa do Ceará (Alce), além da internação em ala distinta, busca reduzir “sequelas decorrentes do processo de perda”. Dessa forma, o projeto busca garantir o direito a suporte emocional, acompanhamento de doula ou parteira, a livre escolha de ter contato pele a pele com o bebê perdido após o parto — desde que não haja riscos à saúde dela — e respeito ao tempo para o luto da mulher e seu acompanhante, bem como para a despedida do bebê.

Serviços de saúde

A psicóloga Marley Carvalho, assessora técnica da Coordenadoria de Gestão do Cuidado, da Coordenação Técnica do Comitê Estadual, da Sesa, apontou que mães e pais que sofrem com luto perinatal têm alto risco para luto complicado, com 25% deles sofrendo sintomas graves mesmo após anos da morte do bebê.

Em razão disso, a pasta estadual reestruturou o Comitê Estadual de Prevenção do Óbito Materno, Infantil e Fetal neste ano, buscando contribuir com o monitoramento desses óbitos no estado e avaliação de políticas de saúde materna e infantil.

Além disso, a Sesa instituiu uma semana estadual de conscientização sobre o tema e realizará o Fórum Estadual de Conscientização pelas Perdas Gestacional, Neonatal e Infantil na próxima quarta-feira (19). No evento, será mostrada proposta de protocolo de cuidado integral às famílias na Rede de Atenção à Saúde, a fim de fortalecer boas práticas nos serviços de saúde.

Para a psicóloga da Meac, Socorro Leonácio, o acolhimento de mãe e pais que passam por perdas perinatais precisa ser iniciado no acolhimento dos próprios profissionais de saúde. “A equipe também precisa se autocuidar, trabalhar para saber cuidar da dor do outro, inclusive cuindando da própria saúde mental”, frisou.

“Um bebê não nasce sozinho; ele precisa de toda uma comunidade, várias pessoas, pra se ajudar a cuidar. Quando ele se perde, essa comunidade também precisa estar junto. A ideia principal é esta: não se sentir sozinho. Devem se ter recursos de apoio a essa dor.”

Texto escrito pelo Dr. Daniel Diógenes. Especialistas em Medicina Reprodutiva.
Sócio-Diretor da Clínica Fertibaby Ceará.

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