Ceará está entre estados com média de menos de três pessoas por domicílio, aponta Censo

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no último dia 28 os dados gerais do Censo Demográfico 2022. Além de mostrar a estimativa da população do país e de todos os municípios, os dados revelaram uma redução no tamanho das famílias brasileiras. De acordo com o órgão, a média nacional é de 2,79 moradores por domicílio. Para se ter uma ideia, em 1980 eram 4,51 pessoas por residência.

O médico especialista em medicina reprodutiva, Daniel Diógenes, analisa as transformações ocorridas nas famílias brasileiras. “O Censo mostra que atualmente os casais brasileiros desejam, no máximo, ter dois filhos. No entanto, há também casais que optam por não ter filhos, assim como pessoas que não planejam ter filhos no momento e preferem focar em suas carreiras profissionais”, ressalta o especialista.

Um levantamento realizado pelo IBGE em 2021 revelou essa tendência de diminuição no tamanho das famílias. A pesquisa confirmou que cada vez mais mulheres estão adiando a gravidez. Segundo o estudo, houve um aumento de 63% no número de bebês nascidos de mães com idades entre 35 e 39 anos em uma década. Por outro lado, o índice de mulheres que deram à luz com menos de 19 anos diminuiu 23% entre 2021 e 2001.

Segundo Daniel Diógenes, a maternidade tardia pode ter um custo para a mulher. “Uma mulher que adia continuamente a gravidez e chega aos 35 anos sem ter filhos pode enfrentar dificuldades para engravidar caso decida se tornar mãe. Hoje, o principal problema de infertilidade em mulheres está relacionado à idade. A partir dos 35 anos, há uma perda considerável na reserva de óvulos. Conforme os anos passam e ela não engravida, a reserva ovariana diminui cada vez mais. Atualmente, a probabilidade de uma mulher conceber naturalmente após os 40 anos é de apenas 10%”, explica o médico.

Congelamento de óvulos e espermatozoides
Casais que desejam ter filhos, mas preferem priorizar suas carreiras profissionais, têm a opção de congelar óvulos ou espermatozoides, a fim de reduzir as chances de problemas relacionados à infertilidade quando decidirem tentar uma gravidez. “É essencial que tanto o homem quanto a mulher cuidem da saúde reprodutiva, comparecendo regularmente a consultas ginecológicas e urológicas. O planejamento familiar é ainda mais relevante para mulheres que desejam engravidar após os 35 anos de idade”, completa Daniel Diógenes.

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