Aumento da infertilidade

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou no início de abril um novo estudo sobre a infertilidade, que revelou um aumento dessa condição em todo o mundo, chegando a um índice de 17,5% da população adulta. Segundo a pesquisa, uma em cada seis pessoas tem esse problema, que pode afetar qualquer indivíduo em idade reprodutiva.

É importante ressaltar que a infertilidade não afeta apenas as mulheres, mas também os homens, conforme literatura científica indica que os casos estão divididos igualmente entre ambos os sexos. Casais que tentam engravidar regularmente, sem o uso de métodos contraceptivos, por pelo menos 12 meses e não conseguem, devem buscar uma avaliação especializada para investigar as possíveis causas da dificuldade em conceber.

Infelizmente, no Brasil, o acesso aos tratamentos de medicina reprodutiva não é oferecido em grande escala pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nem pelos planos de saúde suplementar, o que é considerado um contra senso, uma vez que a OMS reconhece a infertilidade como um problema de saúde pública.

Não há uma causa específica para a infertilidade, sendo que vários fatores podem contribuir para essa disfunção, tais como problemas hormonais, genéticos, infecciosos e outras doenças. No caso das mulheres, a idade também é um fator que pode contribuir, uma vez que a partir dos 35 anos de idade, a reserva de óvulos diminui, tornando mais difícil uma possível gravidez natural.

Além dos fatores médicos, os hábitos de vida também podem ter um impacto significativo na fertilidade. O consumo de álcool, tabaco, excesso de açúcar, colesterol, obesidade e sedentarismo podem prejudicar a saúde reprodutiva. Por isso, é necessário ter uma atenção especial à saúde e adotar um estilo de vida saudável, incluindo alimentação balanceada e prática regular de atividades físicas, para melhorar a fertilidade de homens e mulheres. É hora de cuidar mais da nossa fertilidade.

Daniel Diógenes é médico especialista em medicina reprodutiva.

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