Queda da função ovariana pode estar ligada à primeira menstruação

ovulo utero

Acredita-se que a menopausa seja geneticamente programada, assim a reserva ovariana (número de óvulos presente nos ovários) dependeria de uma combinação de genes. Isto é reforçado pelas correlações entre a época de entrada na menopausa de mães e filhas, que tende a ser similar.
Pensando nisso, um grupo de pesquisadores austríacos, investigou se a idade da menarca (primeira menstruação) tem relação com a reserva de óvulos na vida adulta. Eles publicaram esta pesquisa em outubro deste ano, na Fertility and Sterility, a revista mensal da ASRM (Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva).
Foram estudadas mulheres inférteis e percebeu-se que parece existir uma forte relação entre uma idade precoce da primeira menstruação e uma reserva ovariana diminuída na vida adulta. Assim, quanto mais cedo for a menarca maior a chance de haver uma redução prematura da reserva ovular nos anos de vida fértil.
Provavelmente, esta associação ocorre pela combinação entre o tamanho da reserva ovariana inicial (geneticamente determinada) e a taxa de degeneração (perda que ocorre naturalmente durante toda a vida) dos óvulos.
Sabe-se que para cada óvulo que sofre ovulação em um determinado mês, vários outros sofrem um processo de degeneração, conhecido como atresia. Deste modo, quanto mais anos ovulando, mais óvulos seriam perdidos e essa taxa de perda seria mais acelerada.
Esses dados podem começar a ajudar à medicina reprodutiva a encontrar uma solução para as pacientes inférteis que apresentam poucos óvulos em idades reprodutivas precoces (abaixo dos 35 anos).
Hoje, a baixa reserva ovariana precoce ou aquela que ocorre naturalmente sobretudo após os 37-38 anos é a causa mais difícil de infertilidade a ser resolvida.
Talvez, em alguns anos, com as novas descobertas e como o uso de células tronco, possamos resolver este que considero o verdadeiro calcanhar de Aquiles da medicina reprodutiva.

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