Pandemia e o não incentivo à gravidez

A Covid-19 traz riscos para a saúde da gestante? Sim. Mas é preciso analisar os dois lados desse dilema de engravidar ou não nesse momento.⠀
Entre as inúmeras incertezas que essa condição traz para a vida humana, uma das principais delas é em relação à gestação. A decisão de tentar engravidar agora está cada vez mais difícil, mas muitas mulheres infelizmente não têm tantas opções para essa escolha. É que fisiologicamente falando, mulheres acima de 35 anos começam a ter uma diminuição na produção de óvulos e isso afeta diretamente a fertilidade. Então, o bom senso alinhado com os desejos pessoais de cada uma são as melhores opções para lidar com o atual momento.⠀

É fato que estamos tendo mais complicações no final das gestações e no puerpério, que são os primeiros 42 dias após o parto. Isso tem levado a trabalhos de partos antecipados por cesariana, por que, pelas condições maternas graves, os médicos precisam fazer o possível para tentar salvar a mãe e a criança.⠀

Mas também é verdade que temos que ter cuidado para aconselhar uma mulher a não engravidar. Por que você pode estar contribuindo para que ela não consiga realizar esse sonho. Isso aconteceu na época do Zika Vírus, há cinco anos, quando havia o risco da microcefalia. Muitas mães optaram por não ter filhos e adiaram a gestação. É de suma importância em todo período gestacional que a paciente tenha um acompanhamento médico, pois isso contribuirá positivamente para o desfecho esperado.⠀

O ideal é que todas as mulheres que pensam em engravidar nesse momento possam congelar seus óvulos e embriões. Mas quem não pode? Vai perder a chance de gerar seu filho? Cada caso tem que ser avaliado.

Texto escrito pelo Dr. Daniel Diógenes. Especialista em Medicina Reprodutiva. Sócio-Diretor da Clínica Fertibaby Ceará.

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