Gestantes na pandemia

Toda gestação requer inúmeros cuidados para uma boa saúde da mãe e do filho. A condição é um fator de risco alto, pois a gravidez traz alterações imunológicas consideráveis para a mulher. Diante do cenário de pandemia de Covid-19 que o mundo viva há mais de um ano, torna-se extremamente urgente que as autoridades de saúde atentem para essa questão. Tem se notado que, nesta segunda onda da doença, as internações de gestantes têm aumentado significativamente.


O efeito dessas concorrências se reflete também em recém-nascidos que estão indo a óbito ou nos bebês que estão ficando órfãos. Temos tido gestantes que foram entubadas no final da gravidez, além da incidência de mais partos prematuros. Quando o quadro clínico se complica, os médicos precisam tomar uma decisão para salvar a vida do binômio mãe-filho.

Outro problema gerado pela pandemia que vem se agravando é o risco de prematuridade, haja vista que a mãe torna-se mais suscetível a ter alguma intercorrência e, consequentemente, um parto de urgência. Com isso, dezenas de crianças estão nascendo prematuras, o que não é saudável para a saúde dos pequenos, podendo trazer sequelas no desenvolvimento neuropsicomotor e até mesmo o risco de óbito infantil após o nascimento.

Uma mudança que pode mudar esse panorama é a inclusão de gestantes no grupo de risco. Com isso, elas seriam beneficiadas com a imunização contra a Covid-19.

Em publicação divulgada no último dia 25 de março pela American Journal of Obstetrics and Gynecology, um grupo de obstetras estudiosos dos Estados Unidos, apontou, em um ensaio clínico, que as vacinas da Pfizer/BioNTech e Moderna são eficazes em mulheres grávidas, e que podem passar anticorpos protetores para recém-nascidos.

É preciso mais celeridade na adoção dessas medidas, pois o que está em jogo é a vida de milhares de mulheres e de crianças que estão lutando para vir ao mundo.

Texto escrito pela Dra. Lilian Serio. Especialista em Medicina Reprodutiva. Sócia-Diretora da Clínica Fertibaby Ceará.

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