Substâncias químicas afetam a maturação dos óvulos

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Uma dessas substâncias é o bisfenol-A (BPA). Ele é um componente industrial dos plásticos de policarbono (material que compõe os recipientes plásticos utilizados para armazenar alimentos e bebidas, por exemplo). Sob circunstâncias normais o bisfenol-A é inerte, mas em casos de exposição de luz ultra-violeta, calor e soluções ácidas e básicas, pode interagir com o meio externo. Ao interagir pode, alterar funções normais do sistema endocrinológico (produção hormonal).
Existem estudos que relacionam os níveis de BPA a falhas de implantação embrionária e a uma menor capacidade de maturação dos óvulos.
O BPA já foi encontrado em fluido folicular (líquido que envolve os óvulos) de pacientes submetidas à  fertilização in vitro (FIV), impactando na qualidade ovular e na resposta ovariana ao estímulo das medicações indutoras da ovulação. Parece, assim, provocar a formação de menos óvulos maduros, levando a uma pior capacidade de fertilização dos mesmos.
 A exposição ao BPA em diversas fases da vida pode, portanto, afetar a qualidade ovulatória.
Um estudo realizado na Escola Médica de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos e publicado na Human Reproduction, revista da Sociedade Européia de Medicina Reprodutiva e Embriologia (ESHRE) em outubro de 2013, indicou que o BPA está associado a interferências na progressão da maturação meiótica dos óvulos (fases da divisão celular) e na separação dos cromossomos ovulares, causando um atraso nas etapas de divisão e provocando anomalias na estrutura genética dos óvulos.
Portanto, óvulos com alterações cromossômicas, podem se formar após uma exposição prolongada ao BPA. Assim, existiria um aumento da incidência de degeneração dos óvulos quando expostos ao BPA.
Isto pode, por exemplo, ser a explicação para a queda das taxas de fertilidade vista nos últimos anos.
Esta é mais uma evidência de que as substâncias químicas ambientais podem alterar negativamente a fertilidade humana.

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