Os anticorpos foram identificados por meio de teste sanguíneo duas horas após o nascimento, mas sem a presença do vírus. Pode se tratar de uma possível primeira transmissão vertical.
A China registrou o primeiro recém-nascido com anticorpos para o novo coronavírus. O caso aconteceu na cidade Wuhan, epicentro das ocorrências da doença no país. Segundo estudo realizado e apresentado na Associação Americana de Medicina, a mãe foi contaminada no final da gestação, em janeiro, e a criança, nascida no final de fevereiro, teve resultado positivo para anticorpos, mesmo sem ter tido contato direto com a mãe após o parto. No entanto a criança foi testada negativa para presença do vírus.
O caso acende um alerta para uma possível transmissão vertical da doença, quando ela acontece ainda no útero, durante a gestação. Ainda é muito cedo para se afirmar que há essa transmissão, mas o caso chama a atenção pelo resultado positivo de anticorpos.
Os exames de sangue para identificar qualquer tipo de infecção se baseiam nos resultados positivos e negativos para dois tipos de anticorpos, o IgG e IgM. Assim é possível identificar se a pessoa tem ou já teve algum tipo de infecção.
O resultado reagente (positivo) IgM no exame de sangue significa que o paciente está com uma infecção naquele momento, já para o IgG positivo, o resultado sugere já tenha tido a infecção em algum momento da passado.
No caso deste recém-nascido o resultado positivo para os dois anticorpos, IgG e IgM, sugere que a criança já havia entrado em contato com o vírus antes do nascimento e já possuía anticorpos para combater aquela infecção.
A criança, quando testada, tinha apenas 2 horas de vida e para um teste positivo de IgG, são necessários de 3 a 7 dias depois da infecção, o que pode significar que o bebê teve contato durante a gravidez, ainda no útero.
Apesar da possível transmissão da doença ainda durante a gestação, a criança não apresentou sequelas. Diferente do que tivemos nos casos de Zika há alguns anos, o bebê nasceu saudável e sem nenhuma sequela, o que é um excelente sinal.
O coronavírus, assim como qualquer infecção, pode levar ao parto prematuro, que são situações de risco. A recomendação é seguir tendo todos os cuidados possíveis. Nesse período mais crítico deve se ter higienização das mãos, evitar aglomerações e ter uma boa alimentação para se manter um bom sistema imunológico.
Confira algumas medidas preventivas:
- Lavar as mãos até metade dos pulsos, esfregando também a parte interna das unhas;
- Usar álcool 70 para limpar as mãos antes de encostar em áreas como olhos, nariz e boca;
- Tossir ou espirrar levando o rosto à parte interna do cotovelo;
- Evitar multidões;
- Usar máscara caso apresente os sintomas;
- Evitar tocar olhos, nariz e boca antes de limpar as mãos;
- Manter a distância de um metro e meio de pessoas espirrando ou tossindo;
- Limpar com álcool os objetos tocados frequentemente, como por exemplo, o celular ou controle remoto de aparelhos;
- Evitar cumprimentar com beijos no rosto, aperto de mãos ou abraçando;
- Evitar sair de casa caso apresente algum sintoma da gripe;
- Utilizar lenço descartável quando estiver com nariz escorrendo.
Fonte: OMS – Organização Mundial da Saúde.
Texto escrito pelo Dr. Daniel Diógenes. Especialista em Medicina Reprodutiva. Diretor da Clínica Fertibaby Ceará.