Como seria um tratamento de reprodução assistida (RA) ideal? Como se poderia organizar um tratamento de fertilização in vitro (FIV) da melhor maneira possível para médicos e sobretudo pacientes?
O que escreverei abaixo foi fruto de discussões e exposições realizadas no último final de semana, nos dias 25 e 26 de setembro, na cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo, durante uma Jornada de Infertilidade ocorrida no campus da USP – Ribeirão Preto.
O programa ideal de RA seria aquele em que fosse possível maximizar:
1- A taxa de nascimentos únicos (gravidezes múltiplas e seus problemas são totalmente indesejados nos dias atuais).
2- Segurança (novamente a busca pela segurança das gestações únicas e para se evitar a síndrome de hiperestímulo ovariano, além de outra complicações menos comuns).
3- Aderência das pacientes (métodos de estimulação ovariana menos rígidos e complexos, menos exames, menos monitoramentos por ultrassom, menos injeções).
Tudo isso visando minimizar o desgaste dos casais. O ideal é se ter um método com menos complexidade, com medicações mais fáceis de serem administradas e de baixo custo, com menos risco de complicações e que tragam menos estresse ao casal e menos desgaste ao médico e à toda equipe multidisciplinar.
Em resumo, a busca é por um futuro menos complexo, com menos idas ao consultório médico, menos realização ou coleta de exames e menos uso de medicações, tudo isso trabalhando junto para gerar menos estresse ao casal que já inicia o tratamento com um alto nível de estresse na grande maioria das vezes.
É preciso, tornar o tratamento menos artificial, permitindo aos pacientes mais tranquilidade e gerando menos expectativa em cima de cada passo que é dado durante o seguimento.
Fonte: Aula de abertura da Jornada, ministrada pelo Professor Rui Ferriane, em 25 de Setembro de 2015.