Qualidade Embrionária na Fertilização in Vitro

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Uma pergunta constante dos casais que se submetem a uma fertilização in vitro é se a qualidade do embrião afetará a saúde dos futuros filhos.
Para melhor selecionar os embriões a serem transferidos para o útero são utilizados critérios morfológicos (forma, tamanho, número de células dos embriões) para definir uma espécie de nota para o embrião. Quanto maior a nota melhor seria a qualidade embrionária e teoricamente maiores as chances de engravidar. Baseado nisso, pode-se organizar como proceder às transferências embrionárias de uma forma mais coerente.
Sabe-se que quanto maior a qualidade, teoricamente maiores as chances de implantação embrionária no útero e maiores as chances de gravidez, entretanto a associação entre esta nota e os resultados na gravidez e após o parto não são tão bem compreendidos.
Baseado nesta questão, pesquisadores da Universidade de Mcgill, em Montreal, no Canadá, publicaram um estudo em julho de 2014 na Human Reproduction, a revista mensal da ESHRE (Sociedade Européia de Reprodução Humana e Embriologia), onde tentaram avaliar as relações entre qualidade embrionária e resultados após a transferência.
Foram comparadas transferências únicas (mais uma vez notamos a tendência mundial de transferir somente um embrião) de embriões de boa qualidade versus embriões de qualidade baixa em mulheres com menos de 40 anos, sendo transferidos 1193 embriões de boa qualidade e 348 de qualidade inferior.
As taxas de gestação e nascimentos foram bem superiores no grupo que teve bons embriões transferidos, confirmando o que há tempos já se sabe. Entretanto, não houveram diferenças nas taxas de abortamentos, nem nas complicações maternas na gravidez e nem nas complicações neonatais (nas crianças logo após o nascimento). Assim, não houveram, por exemplo, mais casos de: restrição de crescimento intrauterino, baixo peso ao nascimento, trabalho de parto prematuro, pré-eclâmpsia (pressão alta na gravidez), diabetes gestacional e malformações fetais.
Portanto, a qualidade embrionária não parece aumentar os riscos obstétricos, neonatais e nem aumentou o número de malformações embrionárias.
Logicamente, são necessários mais estudos controlados e mais dados para que possamos confirmar esses achados.

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