Este ano, completam-se 40 anos do nascimento do primeiro bebê de proveta do mundo, a inglesa Louis Brown. Hoje, as tecnologias de reprodução assistida evoluíram muito e atingiram patamares nunca antes esperados, conseguindo resolver a grande maioria dos problemas relacionados à fertilidade. A disseminação do conhecimento pelos quatro cantos do mundo permite que praticamente qualquer casal do mundo tenha acesso às novas tecnologias. Logicamente, em países mais pobres, como o Brasil o fator custo ainda impede o acesso de muitos a esses tipos de tratamento. Desde 1978, o número de crianças nascidas como uso da medicina reprodutiva tem crescido mais que o esperado, atingindo milhões de pessoas no mundo inteiro e rapidamente se aproximando de 0,1 % do total da população. Foi estimado que cerca de 5 milhões de pessoas no mundo já foram concebidas usando tecnologias de reprodução assistida até 2013.
Para se ter uma ideia, em países como: Bélgica, Eslovénia e Dinamarca, 4,6%, 4,9% e 6,1% do total de nascimentos ocorre após os tratamentos, respectivamente. Logicamente, em países pobres esse número tenderia a ser semelhante, se houvessem políticas de saúde voltadas para a fertilidade e se não houvesse tanta desigualdade social.
Essa análise projetou o crescimento da medicina reprodutiva até o ano de 2100. Levando em consideração o dado de 400 mil nascimentos por reprodução assistida em 2013 e de 5 milhões desde 1978 até 2013, estima-se que 157 milhões de pessoas até o fim do século irão ser concebidas pro técnicas de medicina reprodutiva (1,4% da população mundial). Porém se considerarmos o crescimento rápido visto na última década, pode-se projetar mais 30 mil nascimentos ao ano, o que levaria a um total de 394 milhões de pessoas nascidas por técnicas de reprodução assistida (3,5 % da população global). Com os avanços vistos, podemos prever que os indivíduos frutos da reprodução assistida contribuirão significativamente para o crescimento demográfico mundial.
A medicina reprodutiva veio para ficar e cabe a nós utilizá-la em prol de um futuro melhor para nossa raça.
Fonte: Universidade de Queensland, Brisbane, Austrália. Jornal RBOnline (Reproductive BioMedicine Online), Abril de 2018.
Texto escrito pela Dra. Lilian Serio. Especialista em Medicina Reprodutiva. Diretora da Clínica Fertibaby Ceará.