A obesidade vem sendo, há anos, associada à infertilidade, em mulheres diminui as taxas de ovulação e a qualidade dos óvulos e em homens a qualidade e quantidade seminal. Mulheres obesas têm alta incidência de infertilidade, de abortamentos e de complicações gestacionais quando comparadas com mulheres magras. Porém, muitos aspectos dos efeitos negativos da obesidade ainda são desconhecidos.
Evidências recentes vêm associando o excesso de peso a uma pior qualidade do endométrio, região interna do útero, onde ocorre a implantação do embrião e o início da gravidez.
Dados de pesquisas recentes demonstram que o excesso de metabólitos (substâncias que são formadas após a metabolização) dos carboidratos parece afetar a função endometrial, causando um estresse oxidativo que impede a completa maturação endometrial, comprometendo a implantação embrionária.
Assim a presença de um ambiente intrauterino alterado pela presença excessiva de metabólitos “tóxicos” teria um efeito negativo na função endometrial, na implantação embrionária e no desenvolvimento da placenta durante a gravidez. Configurando mais um fator, associado à obesidade, que leva à infertilidade e a resultados piores nos ciclos de reprodução assistida, com a fertilização in vitro.
Mais uma vez, dados atuais demonstrando efeitos negativos do excesso de peso na fertilidade. A mensagem que fica é a de se tentar sempre manter bons hábitos de vida que levem a um perfeito equilíbrio corporal e mental, portanto a uma melhor fertilidade.
Fonte: The Hudson Institute of Medical Research. Austrália.
Human Reproduction – Revista da ESHRE (Sociedade Européia de Reprodução Humana e Embriologia). Abril de 2018.
Texto escrito pela Dra. Lilian Serio. Especialista em Medicina Reprodutiva, Diretora Clínica da Fertibaby Ceará.