Essa novidade tem sido aclamada como “uma descoberta surpreendente” por Nick Macklon, professor de obstetrícia e ginecologia na Universidade de Southampton. Acreditava-se, anteriormente que o óvulo fertilizado, utilizado para fazer o embrião, só continha o DNA do pai e o DNA da mãe doadora, mas nenhum DNA da mãe receptora que gesta o embrião!
Para a mãe que gestava esse embrião, proveniente de óvulos doados, essa era uma cruel realidade e motivo de muitas frustações. Assim, até então, a experiência de mulheres estéreis consistia em que a sua criança não tinha nenhuma de suas informações genéticas.
Esta pesquisa mostra que o bebê terá algum DNA da “mãe” que gestou o embrião e não somente da doadora do óvulo. Pois agora se sabe que a gestação em si influencia diretamente na forma como bebê se desenvolve.
Um estudo envolvendo 20 mulheres submetidas a tratamentos de reprodução assistida no Instituto Valenciano de Infertilidade (IVI), Valência, Espanha, levou à descoberta de que o fluido no útero da mãe que gesta, contém também material genético. Tal descoberta revela um grande passo na compreensão de como o ambiente do útero afeta o desenvolvimento do embrião.
Esta descoberta é muito importante, pois para mulheres aos 44 anos é quase 20 vezes mais difícil engravidar através de FIV do que para mulheres aos 39 anos.
A mulher passa por uma rápida aceleração do seu relógio biológico para o envelhecimento dos óvulos. Isso significa que as mulheres em torno dos 40 anos têm apenas 1,3 % de chance de sucesso no tratamento de reprodução assistida quando utiliza seus óvulos próprios. Mas com idades de 38 ou 39 a taxa de sucesso é de 23,6%. Precisamos lembrar que o ponto em que a fertilidade começa a cair significativamente é de 38 anos de idade!
O prognóstico de pacientes que procuram reprodução assistida após os 44 ano é pouco encorajador, mas o que vemos é que mais de um quinto das pacientes do Instituto Valenciano de Infertilidade tem idade acima de 40 anos. Uma alternativa precisa ser dada a estas pacientes com o intuito de aumentar suas chances quando submetidas a tratamentos de reprodução assistida.
Os dados do estudo provêm do tratamento de 4.195 pacientes em 12 anos. Alguns tiveram várias tentativas de FIV. A equipe médica declara que os pacientes mais velhos ficaram extremamente surpresos ao saber quão baixas são suas chances de sucessos.
Não há muito conhecimento sobre o declínio de fertilidade com a idade na população geral. Para piorar esse quadro, os noticiários reportam gravidezes em celebridades e mulheres mais velhas, porém muitas pessoas não sabem que a maior parte eles são receptoras de óvulos de pacientes mais jovens.
Aguardamos maiores esclarecimentos da ciência para explicar como a mãe que gesta, mesmo com óvulos doados, consegue passar um pouco do seu material genético para o embrião e influenciar o desenvolvimento do futuro bebê que irá alegrar o lar de diversos casais que desejaram serem pais após os 40 anos.
Baseado no artigo “Scientists hail “amazing discovery” as it’s revealed infertile mothers who use donor eggs DO pass their DNA to their children” publicado na Revista “MailOnline” no caderno “Health”.