Apesar da queda vertiginosa no consumo de cigarros nas últimas décadas (a estatística norte-americana demonstra uma queda de 42% para 21% de 1965 até 2006), 21% da população ainda representa uma parcela importante e uma parte desta parcela, com certeza, está tentando engravidar.
Estudos demonstram uma queda importante das taxas de gravidez e nascimentos e um aumento das taxas de abortamento nas pacientes fumantes, seja em ciclos naturais ou em ciclos de reprodução assistida, como na fertilização in vitro.
Uma recente revisão feita pela Sociedade Européia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE) em 2009 confirmou todos esses achados, demonstrando uma queda pela metade na taxa de nascimentos e um aumento de 265% nas taxas de abortamento.
Os efeitos negativos do tabagismo afetam, também, as mulheres expostas à fumaça de cigarros dos seus companheiros, as chamadas fumantes passivas.
Em estudo publicado em 2011 pela ESHRE, nesse grupo específico de mulheres, foi demonstrado um aumento de 52% no risco de falha de implantação nos ciclos de fertilização in vitro, além de uma diminuição de 25% na chance de nascidos vivos.
Não se pode esquecer, logicamente, os efeitos negativos do tabagismo em homens, onde as evidências são claras e fortes. Os espermatozóides podem sofrer alterações em número, forma e movimentação, levando a uma diminuição da capacidade de fertilização dos mesmos, ou seja, em homens, o tabagismo também pode provocar diminuição da fertilidade.
Assim, mulheres tentando engravidar devem parar de fumar, assim como seus parceiros, e as fumantes passivas devem parar de ter o contato com a exposição crônica ao tabaco.
Em resumo, tabagismo e fertilidade são opostos que não se atraem.