A Histeroscopia (endoscopia do útero) é o exame que permite a melhor avaliação do endométrio em casos de infertilidade ou de alterações nesta região. O endométrio é a região em que se implanta o embrião. É lá que toda gravidez começa. Portanto, uma correta avaliação desta região se faz necessária.
A presença de miomas ou pólipos nesta região está relacionada a maiores probabilidades de infertilidade. Outras alterações, como as sinéquias uterinas (cicatrizes) que podem ocorrer após procedimentos como a curetagem ou após infecções desta região, também, podem interferir na fertilidade.
Alterações mais raras como a endometrite crônica (presença de bactérias por longos períodos) estão, também, ligados a maiores taxas de infertilidade. É possível, também, pesquisar presença de células NK (Natural Killers) no endométrio. Embora não tenhamos dados científicos concretos, sabe-se que a presença em excesso ou em pouca quantidade dessas células na cavidade endometrial pode estar ligada a casos mais raros de infertilidade e de falhas de implantação embrionárias em ciclos de fertilização in vitro.
Em geral, a realização da histeroscopia faz parte da rotina de um casal que está apresentando dificuldades em engravidar, porém, ainda não há um consenso absoluto que indique esse exame a todas as mulheres que apresentem algum grau de infertilidade e que não tenham alterações ao ultrassom transvaginal. Muito embora, essa avaliação possa ser vital.
A histeroscopia permite uma visualização direta da cavidade endometrial, com a entrada de um sistema de óptica e câmera pelo colo uterino, permitindo avaliação de toda a região sob visão direta. Pode ser realizada sob sedação ou não, por ser um exame desconfortável, apesar de simples, o uso da sedação facilita a realização do mesmo e a torna menos desgastante e desconfortável para a paciente.
É o exame mais importante quando se pensa em avaliar o endométrio (cavidade interna do útero) e deve ser, sempre, pensado em mulheres com dificuldades de engravidar ou quando existem alterações a nível de endométrio em um ultrassom pélvico transvaginal.
Fonte: Endocrinologia Ginecológica Clínica e Infertilidade. Speroff, 2014.
Texto escrito pela Dra. Lilian Serio. Especialista em Medicina Reprodutiva. Sócia-Diretora da Clínica Fertibaby Ceará.