Hatching de Zona Pelúcida – Assisted Hatching

Consiste num procedimento para facilitar a implantação do embrião no endométrio.

O embrião é envolto por uma camada glicoprotéica, chamada de zona pelúcida (uma espécie de casca). Para que aja a implantação o embrião precisa romper esta camada e se fixar ao endométrio (útero). Acredita-se que uma das causas de não implantação seja a dificuldade do embrião em romper esta membrana. Isso poderia explicar as taxas relativamente baixas de implantação (15% a 20%) quando acredita-se que cerca entre 30-50% dos embriões sejam geneticamente normais.

O Hatching é a eclosão, procedimento de adelgaçamento (afinamento) da zona pelúcida na tentativa de facilitar a saída do embrião.

Naturalmente, sabe-se que o embrião tem seus mecanismos para romper esta camada, ele exerce uma pressão sobre a mesma e libera substâncias (enzimas) que corroem a zona pelúcida.

Existem diversas técnicas que já foram propostas para o hatching. Entre elas, a dissecção parcial da zona, na qual uma abertura reduzida é realizada mecanicamente por meio de uma microagulha, porém a limitação desta técnica é a dificuldade de ser uma abertura de tamanho adequado. Uma segunda técnica envolve o uso do ácido acético, porém a exposição do embrião a uma solução ácida representou um problema.

O uso do laser propiciou a realização de um hatching menos embriotóxico e mais reprodutível, com aberturas mais adequadas da zona pelúcida, sem prejudicar o desenvolvimento embrionário. O laser vem sendo utilizado como técnica preferencial nos dias atuais.

As principais indicações para o hatching incluem: idade materna elevada, baixa reserva ovariana, aumento da espessura da zona pelúcida, falha inexplicada da implantação em ciclos anteriores de FIV, embriões de qualidade ruim, transferência de embriões criopreservados.

Como toda tecnologia recente, mais estudos são necessários para avaliar os reais benefícios do uso do laser, entretanto revisões científicas atuais indicam um aumento significativo das taxas de gravidez após o hatching de zona pelúcida. Relatos de efeitos adversos, como: malformações congênitas e aumento da taxa de gêmeos idênticos, não foram cientificamente comprovados pelos estudos médicos.