Gravidez Ectópica x Reprodução Assistida

ectopica

Historicamente, as paciente inférteis estão mais associadas ao risco de uma prenhez ectópica (PE – gravidez fora do útero), devido, sobretudo, a problemas nas trompas e a cirurgias anteriores realizadas nas mesmas.
Mesmo na fertilização in vitro, onde o embrião já é colocado dentro do útero, sem ter passado pelas trompas, a incidência tende a ser maior que numa gravidez natural.
As razões são inúmeras, como: trompas com alterações na sua estrutura provocadas por infecções ou cirurgias, aumento das contrações uterinas devido à estimulação ovariana com as medicações indutoras, disfunção da musculatura uterina devido aos altos níveis de progesterona, efeitos colaterias das medicações utilizadas no tratamento, crescimento ovariano secundário ao uso das medicações, provocando irritação da região pélvica e a agressão ovariana provocada pela punção dos ovários para se obter os óvulos.
Recentemente, estudos vêm demonstrando uma diminuição das taxas de gravidez ectópica nos tratamentos em que são transferidos embriões que foram congelados para posterior utilização.
Baseado nestas evidências, pesquisadores da Universidade de Bruxelas, na Bélgica, publicaram um estudo em janeiro de 2014 na Fertility and Sterility, a revista mensal da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, em que tentaram analisar as diferenças das taxas de prenhez ectópica entre embriões transferidos à fresco e entre embriões que foram congelados e descongelados para posterior transferência uterina.
Os dados desse estudo demonstraram que o risco de gravidez ectópica tende a ser menor após a transferência de embriões congelados que foram descongelados.
As evidências sugerem que pelo fato de não haver todos os fatores que podem aumentar a contratilidade uterina em um ciclo de reprodução assistida, parece que a transferência de embriões descongelados, em um ciclo com pouquíssimo uso de medicações, apresenta menores riscos de prenhez ectópica.
Esse parece ser mais um benefício do uso da transferência de embriões descongelados, visto que já existem vários estudos que demonstram melhores taxas de gravidez neste tipo de transferência. Quem sabe, em um futuro não muito distante, as transferências embrionárias sejam quase que exclusivamente de embriões após o congelamento.

Compartilhe: