Preocupação entre muitas mulheres obesas, especialistas explicam que as chances delas sofrerem infertilidade anovulatória é três vezes maior do que pacientes com IMC normal, além de ser comorbidade associada a menores taxas de sucesso em ciclos de reprodução assistida.
Se engana quem pensa que somente diabetes, hipertensão e doenças coronarianas estão associadas à obesidade. Uma pesquisa publicada no segundo semestre de 2018, pelo Journal of The North American Menopause Society, evidenciou que, à medida em que o Índice de Massa Corporal (IMC) aumenta, são observados distúrbios férteis, menstruais e ovulatórios.
Ovários de pacientes obesas produzem mais hormônios masculinos causando anovulação hiperandrogênica (distúrbio endócrino gerado pelo excesso de andrógenos, como a testosterona). Além de todos esses problemas, a qualidade do óvulo também é prejudicada. Isso vale, também, para os homens. O excesso de peso altera as taxas de dois hormônios importantes, reduz o nível de testosterona e aumenta o de estradiol, o que compromete a produção de esperma. Há casos em que a redução de 10% a 15% do peso já pode resultar no retorno na questão da fertilidade.
A obesidade é a mãe de todas as outras doenças e a mulher obesa pode não apenas prejudicar sua fertilidade, como ter riscos na gravidez. É possível que pacientes nessa condição engravidem sem problemas, mas, podem vir a ter enfermidades associadas como os problemas cardíacos e o diabetes.
Muitas mulheres que não conseguem emagrecer e melhorar seus índices ovulatórios acabam procurando os procedimentos bariátricos, que podem ser uma saída, também, para melhorar a saúde, mas, sem dúvida alguma, a melhor e primeira alternativa deve ser sempre uma reeducação alimentar e a prática de atividades físicas.
Fonte: Fertility and Sterility. Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM). Maio de 2019.
Texto escrito pela Dra. Lilian Serio. Especialista em Medicina Reprodutiva. Diretora da Clínica Fertibaby Ceará.