Chá de hibisco: aliado no emagrecimento e vilão da fertilidade compromete a saúde fértil de homens e mulheres

Para buscar emagrecer ou manter a forma, muitas mulheres costumam aderir às mais variadas dietas e incluir no cardápio receitas e ingredientes que ajudam a potencializar os resultados e garantir um corpo favorável em menos tempo. Porém, poucas se atentam ao fato de que certos alimentos, apesar de terem eficácia comprovada no emagrecimento, podem ter implicações negativas em outras áreas do organismo.
Uma bebida exótica que vem caindo no gosto de muitas mulheres, incluindo várias celebridades e ganhando ampla divulgação nas redes sociais é o chá de hibisco. De origem africana e asiática, a flor de hibisco utilizada para o preparo do chá possui o nome científico de Hibiscus Sabdariffa. Essa flor é diferente do conhecido hibisco de jardim, cujo nome científico é Hibiscus rosa-sinensis. O extrato seco da flor de hibisco pode ser encontrado em lojas de artigos naturais ou em sachês em supermercados e ainda como ervas em algumas farmácias. O preparo mais indicado para o chá é a partir da infusão das pétalas secas da flor, cuja coloração é de um vermelho escuro bem forte. Ao preparar o chá, essa tonalidade permanece no líquido. A versão em sachê é mais prática, mas seus efeitos são reduzidos.
Funcionalidades
O hibisco é uma planta utilizada há milênios para tratamento de diversos problemas de saúde em vários países, principalmente no Oriente Médio e na África. Além de auxiliar no emagrecimento, ele proporciona vários benefícios para a saúde, como: controle da pressão arterial, do nível de glicose e do colesterol, além de ser diurético e ajudar no bom funcionamento do intestino.
Os nutrientes presentes no chá de hibisco são inúmeros. O cálcio e o magnésio são exemplos deles, mas a bebida é caracterizada principalmente por sua ação antioxidante, que combate a obesidade, reduz a quantidade de gordura abdominal e até previne o chamado “fígado gorduroso”, uma doença que se caracteriza pelo acúmulo de gordura no fígado.
Os antioxidantes, como os flavonoides, ácidos orgânicos e vitamina A, presentes no hibisco, têm o papel de neutralizar os efeitos dos radicais livres, que produzidos em excesso pelo nosso organismo, causam envelhecimento precoce e desencadeiam doenças crônicas. Além de neutralizar os efeitos dos radicais livres, evitando os danos às células e o surgimento de doenças, eles estão diretamente relacionados à queima de gordura.
Cuidados
No entanto, apesar dos inúmeros benefícios apresentados pela bebida, ela deve ser ingerida com moderação, principalmente por pessoas em idade fértil e mulheres grávidas, pois pode comprometer sua fertilidade. Isso ocorre porque alguns componentes do hibisco comprometem os níveis de hormônios femininos, como o estrogênio, podendo inibir a ovulação. Em algumas culturas, a planta do hibisco é usada até mesmo como anticoncepcional.
O ideal é que mulheres e também homens que estão em idade fértil ou planejando ter um filho não consumam a bebida mais do que uma vez por mês.
As associações entre hábitos alimentares e fertilidade são muitas. Quanto melhores forem esses hábitos, melhor será a fertilidade de homens e mulheres, enquanto uma alimentação desequilibrada, baseada no consumo de alimentos industrializados, com grande ingestão de gorduras saturadas, açúcar, cafeína e álcool, pode comprometer a qualidade dos óvulos e dos espermatozoides.
Texto escrito pela Dra. Lilian Serio, especialista em Medicina Reprodutiva, Diretora da Clínica Fertibaby Ceará.

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