Fertilidade e Fertilização in Vitro – Detalhes fazem a diferença

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Os fatores envolvidos no estabelecimento e manutenção de uma fertilidade plena e saudável são inúmeros. Como costumamos dizer para os casais que buscam ajuda para engravidar, a fertilidade é feita de detalhes. Tudo o que fazemos pode interferer na mesma. Podemos inumerar diversos fatores, como:

  • Alimentação
  • Prática de atividades físicas
  • Sedentarismo
  • Ingestão de bebidas alcoólicas
  • Tabagismo
  • Peso
  • Estresse
  • Ansiedade
  • Uso de novas tecnologias (celulares e laptops, por exemplo)
  • Consumo de vitaminas e suplementos
  • Consumo de cafeína
  • Idade em que buscamos a gravidez

Ou seja, a nossa fertilidade é reflexo da forma como vivemos e das decisões que tomamos durante toda a nossa vida.

Assim como, do ponto de vista natural, quando avaliamos os resultados dos tratamentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro, os detalhes fazem toda a diferença, como, por exemplo:

  • Equipamentos do laboratório (incubadoras, microscópios, etc)
  • Qualidade e pureza do ar no laboratório
  • Temperatura
  • Meios de cultura embrionária (PH, temperatura)
  • Medicações usadas no estímulo ovariano (doses e tipos)
  • Tipo de estímulo ovariano realizado
  • Punção dos óvulos
  • Técnica de transferência embrionária
  • Recomendações após a transferência embrionária
  • Seleção embrionária
  • Tempo entre os procedimentos da fertilização in vitro

Vários são os detalhes de um ciclo de fertilização in vitro e os mesmos não são nada fáceis de serem equilibrados. É preciso muito cuidado no preparo e na realização de cada uma das etapas envolvidas nesse complexo processo.

Baseado nessa complexidade, uma pesquisa recente realizada em Barcelona, na Espanha, avaliou o tempo entre as diversas etapas de uma fertilização in vitro, desde a punção dos óvulos até a ICSI (injeção do espermatozoide dentro do óvulo), ou seja, desde a retirada dos óvulos dos ovários até a realização em si da fertilização in vitro.

Foram avaliados os tempos gastos entre a retirada dos óvulos, o preparo e estabilização dos mesmos e a ICSI. Este estudo identificou uma queda de 7,7% na taxa de gravidez a cada hora a mais entre a punção de óvulos e a ICSI, indicando que existe, realmente, um momento ideal para se realizar a ICSI, muito embora seja difícil de se identificar. Parece que quanto maior for o tempo em que os óvulos ficam sem receber o espermatozoide menor será a taxa de sucesso. Detalhes que fazem a diferença.

Medicina reprodutiva é uma ciência de detalhes. Todo detalhe é importante e pode fazer a diferença entre o positivo e o negativo.

Fonte: Human Reproduction – Revista da Sociedade Européia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE). Maio de 2018.

Texto escrito pelo Dr. Daniel Diógenes. Especialista em Medicina Reprodutiva. Diretor Técnico da Clínica Fertibaby Ceará.

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