Foi publicado em janeiro deste ano, um estudo relacionando os hábitos sociais de homens e mulheres com os resultados obtidos em ciclos de FIV (fertilização in vitro).
O estudo foi realizado pelo Instituto e Centro de Reprodução Assistida Sapience, de São Paulo e foi publicado no jornal da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva.
Entre os dados observados pelo estudo, temos:
1- o consumo de álcool, o excesso de peso e o tabagismo influenciaram negativamente a concentração e motilidade espermática (movimentação dos espermatozóides).
2- o consumo de frutas, cereais, vegetais e o número de refeições por dia (quanto maior o número de refeições, melhor) influenciaram positivamente a concentração e a motilidade espermática. Isto estaria relacionado ao bom consumo de minerais e vitaminas antioxidantes.
3- o consumo de álcool e café por homens e o tabagismo de mulheres influenciou negativamente as taxas de fertilização em ciclos de FIV. Quando se fala em café, pode-se extrapolar para todos os itens que contenham cafeína, presente em diversos alimentos e bebidas nos dias atuais. Mais ainda, a cafeína tem sido relacionada como fator de risco real para atraso em se atingir uma concepção naturalmente.
4- o consumo de carne vermelha e o excesso de peso em mulheres teve impacto negativo nas taxas de implantação embrionária em ciclos de FIV.
5- mulheres em uma situação de perda de peso (dieta e restrição alimentar) tiveram menores taxas de implantação embrionária e gravidez em ciclos de FIV.
6- o consumo de alimentos gordurosos, como: carnes, leite e derivados, sobretudo por homens, está relacionado a piores taxas de gravidez e implantação embrionária. Isto deve-se provavelmente à presença de esteróides anabolizantes presentes na gordura destes alimentos. Um outro estudo demonstrou que homens que consumiram mais leite desnatado, em contraposição ao consumo de leite não desnatado (integral), tiveram sêmen de melhor qualidade.
Os resultados deste estudo vão ao encontro de vários estudos anteriores que evidenciaram uma queda, nos últimos anos, da qualidade do sêmen humano e de sua capacidade de fertilização. Essas alterações negativas no sêmen estariam relacionadas a um excesso de produção de substâncias oxidativas (radicais livres) em detrimento às substâncias antioxidantes.
Isto nos leva a crer que um consumo elevado de antioxidantes e micronutrientes, seja na dieta ou por meio de suplementação pode melhorar a qualidade espermática e assim ter reflexos positivos nas taxas de gravidez.
Os dados obtidos nesse estudo referem-se a resultados de fertilização in vitro, mas podem, com absoluta certeza, ser extrapolados para o dia-a-dia de casais que não precisarão ser submetidos a uma FIV, isto é, que engravidarão naturalmente.
Mais uma vez, dados de estudos médicos demonstram que quanto mais saudáveis forem nossos hábitos de consumo e sociais, menos dificuldades teremos para conceber novas vidas!!!