Os miomas uterinos são os tumores benignos mais comuns nas mulheres em idade fértil. Podem provocar sangramentos excessivos, dor pélvica, perdas gestacionais e infertilidade.
Embora, a cirurgia e a embolização sejam formas não medicamentosas de tratamentos, o uso de medicações ainda é considerado a primeira linha de tratamento. Existem diversas opções de drogas, como as progesteronas e os análogos do GNRH (medicações que agem na hipófise, a glândula que controla toda a nossa produção hormonal). Entretanto, evidências recentes têm demonstrado que a progesterona parece ser fundamental para estimular o crescimento dos miomas. Assim, a busca por novas drogas mais efetivas torna-se algo necessário. Uma desta novas medicações é o mifepristone, uma droga anti-progesterona, que vem se mostrando eficaz em reduzir o tamanho dos miomas e em controlar seus efeitos negativos.
Baseado nessas evidências, pesquisadores da Universidade de Wenzhou, na China, buscaram selecionar os principais trabalhos publicados no mundo sobre esta nova droga. Eles publicaram seus dados em dezembro de 2013, na Fertility and Sterility, a revista mensal da ASRM (Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva).
Foi evidenciado que o uso desta nova medicação foi efetiva em reduzir o tamanho dos miomas, aliviando os sintomas associados a estes tumores. A mesma pode ser utilizada como tratamento definitivo e também como tratamento anterior a uma cirurgia, no intuito de reduzir as complicações cirúrgicas, como os riscos de sangramento durante o procedimento.
Os efeitos pelos quais o mifepristone atuariam nos miomas ainda não são totalmente compreendidos, acha-se que ele atue diretamente no fluxo sanguíneo do mioma e também reduzindo os receptores de progesterona no tumor. Até o presente momento os estudos indicam entre 3 a 6 meses de tratamento, com bons resultados na redução do tamanho e dos sintomas associados.
O surgimento de novas drogas visando o tratamento dos miomas é fundamental para se controlar esta patologia tão comum e que causa tantos problemas para as mulheres em idade fértil. Isto aumenta as opções de tratamentos mais conservadores, fato muito importante para se tentar reduzir as intervenções cirúrgicas.