Infertilidade e Desordens Psiquiátricas

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A infertilidade afeta cerca de 10 a 15% dos casais ao redor do mundo. O número de tratamentos de reprodução assistida (RA), como a fertilização in vitro e a inseminação intrauterina, cresceu muito nos últimos 10 anos. Para se ter uma ideia, em 2009, 9% das crianças nascidas no mundo foram por técnicas de RA.
Dados científicos indicam que a incidência de desordens psicológicas e psiquiátricas nos casais e sobretudo, nas mulheres que têm infertilidade é maior que nas mulheres férteis. Qual seria o real impacto destes problemas?
Em 2013, pesquisadores da Dinamarca analisaram uma questão ainda mais profunda. Haveria diferença entre as mulheres que tiveram filhos e aquelas que não tiveram filhos, após os tratamentos de reprodução assistida?
A pesquisa avaliou mais de 90 mil mulheres inférteis, num período que foi de 1973 a 2008 e demonstrou que o insucesso dos tratamentos de RA é um importante fator de risco para desordens psiquiátricas e psicológicas.
Mulheres que não tiveram sucesso nos tratamentos apresentaram um aumento de 17% no número de internações hospitalares por desordens mentais.
Foi encontrado um aumento de mais de duas vezes no abuso de álcool e drogas e uma incidência 50% maior de esquizofrenia e psicoses. As desordens alimentares tiveram um aumento de 40% e os quadros de depressão tiveram um discreto aumento. Por outro lado, não houve um risco maior de desenvolver ansiedade ou transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), dado este que divergiu de outros estudos, sendo considerado um achado controverso desta pesquisa.
Esses dados são muito importantes para que os profissionais de saúde envolvidos nesses tratamentos tenham consciência do potencial risco de desenvolvimento de desordens desta natureza e possam agir e intervir de uma maneira rápida e efetiva.
Prevenir e dar o suporte adequado aos casais, antes, durante e depois dos tratamentos de reprodução assistida é fundamental.

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