A melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal, localizada no cérebro. Tem como principal função regular o sono, encontrando-se em níveis elevados quando estamos dormindo. É, também, um antioxidante que atua removendo os radicais livres presentes nas células e estimulando a ação de substâncias antioxidantes.
O estresse oxidativo, isto é, o excesso de formação de radicais livres, parece piorar a qualidade de óvulos e espermatozoides, dificultando uma gravidez natural ou por tratamentos de reprodução assistida.
Tem-se tentado identificar substâncias que possam diminuir os efeitos negativos do acúmulo de radicais livres em nosso organismo.
Pensando nisto, pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), publicaram na Fertility and Sterility, o jornal da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), em janeiro de 2014, uma revisão sobre pesquisas envolvendo o uso da melatonina sintética na tentativa de melhorar a qualidade dos óvulos de pacientes submetidas à fertilização in vitro (FIV).
Os resultados desta revisão de estudos não identificaram melhoras nas taxas de gravidez ou no número de óvulos obtidos nos tratamentos de FIV, muito embora se saiba que os efeitos positivos da melatonina sobretudo na qualidade dos óvulos pareçam existir.
Nenhum malefício foi identificado ao se usar esta substância, mas mais dados futuros são necessários para a solidificação do uso da melatonina em casos de reprodução assistida (RA), sobretudo nos casos de falhas repetidas de implantação embrionária após FIV.
Abre-se um caminho na tentativa de se obter melhores resultados nos tratamentos de RA, muito embora muitas dúvidas ainda existam, o uso de substâncias antioxidantes, como a melatonina, poderá desempenhar, no futuro, um papel importante no tratamento da infertilidade humana.