Auto-Monitorização Ultrassonográfica simplifica FIV

coleta de ovulos
O acompanhamento por ultrassom (US) em ciclos de reprodução assistida (RA) é algo rotineiro e fundamental, sobretudo nos ciclos de fertilização in vitro (FIV). Pelo US é possível avaliar o crescimento e desenvolvimento folicular até o ponto final da estimulação ovariana. Essa parte do tratamento exige calma e dedicação da paciente e da equipe médica, pois tratam-se de exames seriados e quase que diários. Isso torna o processo mais trabalhoso para todos.
Como esta parte do tratamento poderia ser simplificada? Um grupo de pesquisadores da Universidade de Ghent, na Bélgica, procurou desenvolver um método de auto-avaliação, assim a própria paciente poderia realizar seus ultrassons em casa. Seus dados foram publicados na Human Reproduction, revista da Sociedade Européia de Reprodução Humana e Embriologia, no último mês de setembro.
O sistema de monitoramento domiciliar consiste de um laptop com software desenvolvido para tal, mais um transdutor vaginal com conexão USB. As pacientes são treinadas a captar as imagens em forma de vídeo pelo US e enviar ao médico pela internet. As medidas dos folículos (óvulos) e do endométrio (parte do útero onde ocorre a implantação embrionária) são realizadas pelos profissionais ao receberem as imagens. Os vídeos, realizados pelas próprias pacientes, tiveram que ter pelo menos 60 a 90 segundos para cada ovário e 30 segundos para o útero, a própria paciente checa as imagens antes de gravá-las, as enviando sem seguida via internet para a clínica.
A maioria das pacientes aprendeu rápido todos os passos do processo. Os vídeos, ao serem acessados pelo médico, podem ser parados e movidos para frente ou para trás, permitindo a medição apropriadamente. Pelo próprio software (internet) o médico envia as informações de volta às pacientes, sobre doses de medicações a serem utilizadas ou alteradas. A comunicação por email ou telefone foi feita sempre que necessário.
Foram analisadas 123 pacientes, sendo 61 com uso desta nova técnica de auto-avaliação.
Como resultado o número de óvulos maduros foi similar, sem diferença entre os dois métodos de monitorização (o tradicional versus o auto-monitoramento). As taxas de gravidez também não diferiram. As pacientes referiram mais satisfação, mais participação ativa do parceiro e menos estresse, com esse novo método.
No auto-monitoramento os custos foram menores, a distância percorrida também foi menor (paciente não precisou se deslocar para a clínica quase que diariamente), entretanto mais ultrassons foram realizados por quem utilizou o método de auto-monitoramento e mais tempo foi gasto pelos médicos na avaliação das imagens via internet.
Em conclusão, este novo método de avaliação pode ser uma opção futura e bem viável. Com certeza a aplicação da tecnologia irá facilitar a análise e o monitoramento das pacientes em tratamentos de RA, que venha o futuro.

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