Hidrossalpinge, em tradução literal, “água na trompa”.
Trata-se de uma alteração que ocorre nas trompas uterinas, geralmente, em decorrência de um processo infeccioso provocado por bactérias.
O nome deste tipo de infecção é DIP (doença inflamatória pélvica). Trata-se de uma infecção ascendente, que atinge primeiro útero e depois as trompas, causada por bactérias, como: gonococo e clamídia. O grande problema desta patologia é o caráter silencioso desta infecção, muitas vezes os sintomas são leves e até inexistentes, o que retarda o diagnóstico e tratamento.
A hidrossalpinge é a conseqüência da infecção aguda. Após ser atingida pelo processo infeccioso, a trompa sofre alterações definitivas, que levam à sua obstrução e algumas vezes ao acúmulo e retenção de líquido, caracterizando a hidrossalpinge.
Além da obstrução tubária, que impede uma gravidez por métodos normais, a hidrossalpinge, quando presente ao exame de ultrassom, diminui muito as taxas de gravidez em procedimentos de fertilização in vitro.
Concluindo, a presença de hidrossalpinge bilateral impede uma concepção natural pela obstrução tubária e reduz as taxas de gravidez em uma fertilização in vitro, indicando sua remoção por cirurgia vídeo-laparoscópica.
Neste último mês, realizei uma fertilização in vitro em uma paciente que teve hidrossalpinge, após a remoção cirúrgica das trompas, a paciente obteve sucesso e encontra-se grávida, demonstrando tudo aquilo que as pesquisas médicas vêm apontando nos últimos anos: para se ter melhores taxas de gravidez em fertilização in vitro, as trompas acometidas (hidrossalpinge) devem ser removidas cirurgicamente.